A sexta edição do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica revelou que, de 2008 até maio de 2010, dos nove Estados analisados, os que possuem desflorestamento mais crítico são Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (26) pela Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
De acordo com o levantamento, em Minas Gerais, o índice de desmatamento anual aumentou em 15% - no último levantamento, era de 10.909 hectares, e os dados de 2008-2010 revelam desmatamento de 12.524 hectares. Minas possuía originalmente 46% do seu território cobertos pelo Bioma Mata Atlântica. Agora restam apenas 9,64%. Para Flavio Ponzoni, coordenador do Atlas pelo INPE, o índice mineiro pode ser ainda maior.
– Minas Gerais teve 80% de sua área avaliada, o que pode levar o número de desmatamento a ser ainda maior.
No Paraná, apesar de o desflorestamento ainda continuar, o ritmo anual diminuiu em 19%: de 3.326 hectares no período de 2005-2008 para 2.699 hectares no período de 2008-2010. O Paraná possuía 98% de seu território nesse bioma, mas agora possui 10,52%. Já Santa Catarina, o Estado terceiro colocado, diminuiu o índice de desmatamento em 75%: de 8.651 hectares, o desflorestamento caiu para 2.149 hectares. Santa Catarina tinha 100% de seu território coberto por Mata Atlântica – hoje restam apenas 23,37%.
De acordo com o SOS, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo são áreas críticas para a Mata Atlântica pois são os Estados que mais possuem remanescentes florestais em seus territórios e acabam trazendo grandes desmatamentos em números absolutos, diz Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento e coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica.
– No caso de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, é preciso que os governos federal e estaduais atuem firmemente, acompanhados sempre de perto pela sociedade, para diminuir e até zerar estes números pensando em políticas públicas para valorizar a floresta e que promovam o desenvolvimento de negócios que sejam aliados à conservação, como o turismo sustentável, assim como invistam em educação ambiental.
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