Conhecido como o "prêmio Nobel" da vergonha corporativa mundial, tem a missão de alertar os consumidores do brasil e do mundo sobre os crimes ambientais, sociais e trabalhistas que as grandes multinacionais cometem. Esse é o prêmio promovido pela Public Eye Awards, que ocorre durante o Fórum Econômico Mundial, na cidade de Davos, Suíça. Assim, através de votos populares, mostra ao mundo o que está por trás desses grandes empreendimentos.
Em 2012, foi eleita a mineradora brasileira Vale. O fato de a Vale ser uma multinacional presente em 38 países e com impactos espalhados pelo mundo, ampliou o número de votantes. Já para os organizadores do prêmio, Greenpeace Suíça e Declaração de Berna, a entrada da empresa, em meados de 2010, no Consórcio Norte Energia SA, empreendimento responsável pela construção de Belo Monte, foi um fator determinante para a sua inclusão na lista das seis finalistas do Public Eye.
A vitória da Vale foi comemorada no Brasil por dezenas de organizações que atuam em regiões afetadas pela Vale. “Para as milhares de pessoas, no Brasil e no mundo, que sofrem com os desmandos desta multinacional, que foram desalojadas, perderam casas e terras, que tiveram amigos e parentes mortos nos trilhos da ferrovia Carajás, que sofreram perseguição política, que foram ameaçadas por capangas e pistoleiros, que ficaram doentes, tiveram filhos e filhas explorados/as, foram demitidas, sofrem com péssimas condições de trabalho e remuneração, e tantos outros impactos, conceder à Vale o titulo de pior corporação do mundo é muito mais que vencer um premio. É a chance de expor aos olhos do planeta seus sofrimentos, e trazer centenas de novos atores e forças para a luta pelos seus direitos e contra os desmandos cometidos pela empresa”, afirmaram as entidades que encabeçaram a campanha contra a mineradora. 
Em 2013, a empresa vencedora do prêmio foi a Shell, com mais de 41 mil votos.A petroleira foi eleita a pior empresa do mundo pelo voto popular devido ao seu envolvimento “em projetos de produção controversos, arriscados e quase sempre sujos de óleo”, conforme justificativa dos organizadores do prêmio.
A Shell encabeça inúmeras tentativas de exploração de petróleo e combustíveis fósseis na região do mar Ártico. Cada projeto significa novas toneladas de emissões de CO2 para a atmosfera. Segundo o Greenpeace, as reservas de petróleo na região são suficientes para apenas três anos, “mas a ganância de grandes corporações, como a Shell, insistem em tirar até a última gota do solo. Para isso, ela está colocando em risco um dos últimos paraísos naturais da Terra, colocando em perigo quatro milhões de pessoas que vivem na região, além de ameaçar a fauna”.
O Greenpeace denuncia que as medidas de segurança da Shell não são confiáveis, prova disso é a série de acidentes alarmantes ocorridos nas instalações da petroleira na região, antes mesmo do início da perfuração dos poços. “Especialistas garantem que uma catástrofe poderá ocorrer a qualquer momento e seria quase impossível controlar devido às condições delicadas do Ártico”, alerta o organização.
A Shell foi escolhida para receber o Public Eye Award pelo voto popular. O júri do prêmio, por sua vez, escolheu o banco estadunidense Goldman Sachs. Segundo os organizadores, “as duas empresas escolhidas servem como exemplos de empresas cujos crimes socioambientais mostram para a sociedade o lado negativo do progresso puramente orientado para o lucro”.
Pra saber mais sobre os crimes cometidos por estas multinacionais:
Gestão BioColetivo
 


