Existe uma grande confusão sobre o significado de opressão, então vamos esclarecer o que é uma opressão:
Opressão é a conduta ou ação
que visa transformar diferenças em desigualdades. Mas não é só isso, estas
desigualdades são utilizadas para beneficiar um determinado grupo em relação ao
outro. Quando isso se dá entre brancos e negros, chamamos de racismo,
 entre heterossexuais e homossexuais: homofobia; Entre homens e mulheres,
denominamos machismo.
As formas de verificarmos a
opressão estão bem explicitas no nosso cotidiano, aquela piadinha que
ridiculariza a mulher por ser mulher, por exemplo, “dirige mal, só podia ser
mulher mesmo” não é uma simples piada, é uma forma do machismo se manifestar,
mas não é a única, diferenças salariais exercendo a mesma função que homem,
agressão verbal, psicológica e física, no Brasil, a cada dois minutos, cinco
mulheres são agredidas.
O machismo é uma ideologia que
oprime também através das classes sociais. O machismo como ideologia foi
apropriado pelo capitalismo, quando as mulheres foram à luta por direitos e o
sistema se viu obrigado a inclui-las no mercado de trabalho formal, não fez
isso dando igualdade, mas beneficiando se das desigualdades que já existiam
para gerar lucros. Mulheres trabalhando na mesma função que os homens e
ganhando menos? É muito vantajoso.  A ideia de que as mulheres são
inferiores aos homens foi apenas transportada para outro ambiente, que não era
mais apenas o do lar.
A discriminação demarca também
no mercado de trabalho espaços femininos e masculinos. É bem claro que existem
profissões onde mulheres têm presença dominante, como: Enfermagem, assistente
social, professora… E são profissões que não tem boa remuneração, agora em
contrapartida, profissões onde há predominância de homens, são profissões com
mais status e melhor remuneração como medicina, advocacia, engenharia… Esta
separação, demarcação de funções, deve se a ideologia machista que fala da
natureza da mulher e das funções que melhor se adequariam a esta natureza. Que
natureza? Ensinar, cuidar, servir e atender por isso a predominância da mulher
atuando como: enfermeiras, escriturárias e comerciarias… Á esta demarcação de
funções corresponde uma desvalorização de tarefas e uma diferenciação de níveis
salariais entre homens e mulheres.
Enquanto os homens trabalham
muitas vezes na mesma função que a mulher, ganhando salários maiores, e tendo
para si os dias de folga livre, a mulher incorporou todas as jornadas ao seu
cotidiano, trabalhar fora e dentro de casa, cuidando dos filhos e idosos, que
são atividades atribuídas as mulheres, e muitas vezes exercer este trabalho
para um segundo patrão: O sistema.
Mas não é só este o papel da
mulher no sistema capitalista não. A mulher é peça chave do sistema
capitalista. Este sistema necessita da família, a instituição família, pois
dela advém os herdeiros para quem se passa a propriedade privada através da
herança, fazendo a manutenção da Burguesia no poder.  Mas a mulher também
fornece a reprodução da força de trabalho, a mulher pobre, geram em seu ventre
novos trabalhadores para o mercado. As funções domésticas atribuídas às
mulheres reduzem gastos das empresas no cuidado com seus funcionários, os
capitalistas e ESTADO não precisam se preocupar com a construção de
restaurantes coletivos, lavanderias publicas, aumento do numero em creches, por
que a mulher esta a frente destes cuidados. Não é a toa apoiar o machismo e
condicionamento da mulher a lugares de mulher, estar nestes lugares faz o
circulo completo, faz o sistema girar e desta forma as opressões e explorações
permanecem e giram junto.
A opressão da mulher tem dupla
validade para a exploração: ao mesmo tempo em que os baixos salários pagos a
mulher aumentam a taxa de mais valia, o papel que ocupa na família desobriga o
estado burguês de cumprir um papel social. Cabe às mulheres e não ao Estado
cuidar da alimentação dos membros da família, da educação das crianças, da
manutenção da casa, etc.
Verinha Dias
Feminismo sem Demagogia  
 

