domingo, 28 de abril de 2013

Lançamento da Campanha Nacional da ENEBio 2013


Formação Profissional: 
Nosso Verde não é Negócio!


Após a crise dos anos 70 os grandes capitalistas precisavam apresentar soluções para superar o até então modelo de produção Fordista, que visava a produção em massa (sendo o aumento do consumo como consequência da proposta) tendo o Estado como grande intervencionista para garantir que a população tivesse acesso as produções. A medida apresentada perante o esgotamento do modelo Fordista, oriundo da queda da taxa de lucro, ficou conhecida como Neoliberalismo/Toyotismo.
O Neoliberalismo promoveu uma reestruturação no modelo econômico, a produção de mercadoria passou a ser focada na demanda específica do mercado, houve a informatização das máquinas (necessitando de mão de obra “qualificada”) promovendo a flexibilização nas relações de trabalho, aumentando a subproletarização e expansão do trabalho temporário. Ainda nesta nova proposta o Estado passa a cumprir o papel de não intervir nas relações sociais de trabalho, protagonizando a atuação dos setores privados, potencializando a precarização nas relações de trabalhado, pela retirada significativa dos direitos d@s trabalhador@s. E para sustento social deste modelo foi necessário fomentar instâncias que passam a determinar diretrizes que irão intervir diretamente nas relações econômicas mundiais, como o Banco Mundial. 
As reestruturações da produção capitalista passam por diversas dimensões, e uma das principais é a educação, pois é por meio desta que será formada a força de trabalho necessária para a produção capitalista, sendo esta subordinada ao mundo do trabalho flexível, ou seja, formará a subjetividade d@ trabalhador@ “conformad@” com o desemprego e/ou com precárias condições de trabalho como consequência de sua “incompetência” individual, sem compreender as determinações do mercado capitalista no mundo do trabalho que moldam estas péssimas condições de vida. (Cartilha 01 – Campanha Nacional – ENEBio 2012
Nessa Divisão Internacional do Trabalho, cada país com sua especificidade passa a cumprir um papel importante na economia neoliberal. O Brasil ganhou/vem ganhando destaque na economia, seja pela submissão dos governos (FHC, Lula e Dilma) a adotarem as diretrizes econômicas orientadas pelo Banco Mundial, por ser um pais da periferia deveria (e deve) ser o de privilegiar a produção de matérias-primas, de commodities e de manufaturados de baixo ou médio conteúdo tecnológico, relacionando-se diretamente com a atividade do agronegócio. A consequência disso – com a anuência e o protagonismo orquestrados pela política operada pelo Governo Federal – ocasionou uma maior centralidade econômica no setor primário, sobretudo em atividades relacionadas com a produção de energia e infraestrutura para o escoamento da produção. Essas atividades de produção estavam e estão assim aliadas à exploração dos recursos naturais do país e a geração de enormes impactos ambientais; fazendo os próprios capitalistas pensar no esgotamento dos recursos utilizados para produção visando e propagandeando a Economia Verde! 
A partir desta conjuntura precisamos nos questionar enquanto futur@s Biólog@s, qual é/está sendo o nosso papel perante a tal realidade? 
O currículo de Biologia vem sofrendo alterações significativas promovidas pelo nosso Conselho Federal de Biologia (CFBio) e pelo MEC. Em tempos neoliberais, a necessidade imposta pela divisão das modalidades (Licenciatura e Bacharelado), assim como o aumento da carga horária para a formação d@ Biólog@ se apresenta como uma resolução antidemocrática, no qual pouca discussão foi promovida para tal implementação. Denotando ainda a dissociação do professor e pesquisador, ou seja, do ensino e pesquisa, de trabalho manual e trabalho intelectual e subsidiando a especialização precoce, onde os currículos serão voltados para uma das grandes áreas de atuação dentro das determinações do CFBio (Meio Ambiente, Biotecnologia e Saúde). 
É preciso questionar essa lógica imposta através dos currículos de Biologia, sobretudo no momento em que a exploração da vida e do trabalho tem aumentado cotidianamente. @s biólog@s, como profissionais dedicados ao estudo da natureza devem ser capazes de pensar saídas em que a relação ser humano-natureza não seja mediada pela transformação desta em mercadoria. @s biólog@s precisam questionar o modelo de educação promovida por tais diretrizes neoliberais, nos indagar e repudiar a formação desqualificada, pois para atuarmos com qualidade devemos ser formados também para a pesquisa, não só em uma das áreas (educação ou específica em Biologia). 
Desta forma, a Entidade Nacional de Estudantes de Biologia (ENEBio) abordará em sua Campanha Nacional 2013 a Formação Profissional, tendo o tema como Formação Profissional: Nosso Verde Não é Negócio! Com intuito de levantar a discussão nos COCADA’s (Coletivos, CA’s e DA’s), promovendo a reflexão sobre a formação profissional, para barramos este processo de precarização que tende abocanhar @ profissional Biólog@ para promover os interesses Neoliberais. Convidamos tod@s estudantes a comporem esta luta que será travada em cada Instituição de Ensino, buscando uma formação para que sejamos capazes de pensar saídas para a exploração do trabalho humano, ressignificando-o e humanizando-o.
Fiquem de olho, várias atividades foram proposta no II Seminário da Campanha, que foi realizado em Uberlândia – UFU, para promover a Campanha Nacional da ENEBio (ver relatoria do evento na lista de e-mail da ENEBio) e no ENEB-2013 teremos o lançamento da 2º Cartilha sobre Formação Profissional.


Acesse o nosso blog e saiba mais sobre a ENEBio e a nossa campanha!



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