Em campanha permanente desde 2011, a ENEBio (Entidade Nacional dos Estudantes de Biologia), juntamente com outras organizações, luta "Contra os Agrotóxicos e Pela Vida".
Pelo quinto ano consecutivo o Brasil se encontra em primeiro lugar no ranking mundial de consumo de agrotóxicos. Mais de um milhão de toneladas de agrotóxicos foram utilizados em lavouras em 2010, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola.
Diante exagerada aplicação de produtos químicos nas lavouras do país, o uso de agrotóxico deixou de se relacionar com questões específicas à produção agrícola e se transforma em um problema de saúde pública e preservação da natureza.
Segundo o economista do IBGE, que recentemente estudou propriedades rurais no Paraná, cada dólar gasto na compra de agrotóxicos pode custar aos cofres públicos 1,28 dólar em futuros gastos com a saúde de camponeses intoxicados.
O consumo de agrotóxicos cresce de forma correspondente ao avanço do agronegócio e tal uso excessivo está diretamente relacionado à atual política agrícola do país, adotada a partir de 1960. A chamada Revolução Verde representou uma mudança tecnológica e química no modo de produção agrícola, fazendo com que o campo passasse por uma "modernização" que impulsionou o aumento da produção, mas de forma extremamente dependente do uso dos pacotes agroquímicos (adubos, sementes melhoradas e venenos).
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) , na safra de 2010 foram vendidos mais de 7 bilhões de dólares em agrotóxicos, sendo que este mercado se concentra apenas nas mãos de seis grandes empresas transnacionais, que controlam mais de 80% do mercado dos venenos, sendo elas: Monsanto, Syngenta, Bayer, Dupont, DowAgrosciens e Basf.
Nesse quadro, os agrotóxicos representam o quarto lugar no ranking de intoxicações. 
Milhares de casos de contaminação são registrados todos os anos pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, geridos pela Fiocruz e Anvisa. Mas, segundo a Organização Mundial da Saúde, para cada 50 quadros de intoxicação por agrotóxicos no mundo, apenas 1 é notificado. Não são apenas os agricultores e suas famílias que integram grupos de risco, todos os milhares de profissionais envolvidos no comércio e manipulação dessas substâncias são potenciais vítimas.
As fórmulas dos agrotóxicos podem causar esterilidade masculina, formação de cataratas, evidências de mutagenicidade, reações alérgicas, distúrbios neurológicos, respiratórios, cardíacos, pulmonares, no sistema imunológico e no sistema endócrino, ou seja, na produção de hormônios, desenvolvimento de câncer, dentre outros agravos à saúde. 
 

