Por Victor Hugo Fonseca Oliveira (ex-integrante do CABU)
     Seria  cômico, mas é que faltava só o palhaço para o circo pegar  fogo... e o palhaço chegou. Coitado, ninguém o avisou! E o pior de  tudo é que alguns desalmados (1.353.820, exatamente) ainda o deixaram  ficar lá. Povo sem coração! Graças a Deus que se conseguirem provar  que ele é analfabeto, e por isso não leu a placa, poderemos salvá-lo.  Ufa, ainda bem que as leis nos amparam!
     Às  vezes eu fico inconformado com a passividade das pessoas. Mas passa.  E talvez seja por isso que as coisas continuem como estão. Refleti  sobre isso hoje pela manhã, e me surpreendi com o resultado. Percebi  como gosto de ser inerte. Vou explicar, é simples, uma questão meramente  física. Um corpo não submetido à ação de forças, ou à ação  de forças de resultante nula, não ganha velocidade. Portanto, se está  em movimento, continua, e se está parado, assim permanece. Eu permaneço  parado. Como sempre estive desde que o mundo é mundo.
     Neste  domingo, dia 03 de outubro, estava deitado no sofá quando me dei  conta de que era dia de eleição. Durante todo o dia, uma garoa mansa  insistiu em cair. Como eu não tenho guarda-chuvas, e ando meio resfriado,  preferi ficar em casa. Aliás, permitam-me umas aspas aqui: “Cuidar  da saúde é muito importante!”. Mas voltando ao assunto, era dia  de eleição. Passei a tarde acompanhando os boletins, e toda a noite  acompanhando as apurações. Fiz até minhas apostas. E sou obrigado  a confessar que achei que não teria segundo turno para presidente.  Seria muito mais fácil deixar como está. Já que político é tudo  a mesma coisa, não faz sentido trocar um pelo outro.
     Reclamei  muito dos outros cidadãos, que exageraram ao invocar um segundo turno  desnecessário. Povo burro! Se eles investissem toda essa energia trabalhando,  aí sim esse país melhorava! Eu já faço a minha parte. Acordo todos  os dias às seis da manhã e vou para o escritório. Só volto para  casa à noite. E do fim de semana, só me resta o domingo. Será que  eu vou ter que largar as minhas coisas pra tomar uma atitude? Não,  tudo tem limite. Por favor, alguém faça alguma coisa.
 
 
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