segunda-feira, 4 de outubro de 2010

"Aah, se eu me levantar daquii!!"

Por Victor Hugo Fonseca Oliveira (ex-integrante do CABU)

     Seria cômico, mas é que faltava só o palhaço para o circo pegar fogo... e o palhaço chegou. Coitado, ninguém o avisou! E o pior de tudo é que alguns desalmados (1.353.820, exatamente) ainda o deixaram ficar lá. Povo sem coração! Graças a Deus que se conseguirem provar que ele é analfabeto, e por isso não leu a placa, poderemos salvá-lo. Ufa, ainda bem que as leis nos amparam!
     Às vezes eu fico inconformado com a passividade das pessoas. Mas passa. E talvez seja por isso que as coisas continuem como estão. Refleti sobre isso hoje pela manhã, e me surpreendi com o resultado. Percebi como gosto de ser inerte. Vou explicar, é simples, uma questão meramente física. Um corpo não submetido à ação de forças, ou à ação de forças de resultante nula, não ganha velocidade. Portanto, se está em movimento, continua, e se está parado, assim permanece. Eu permaneço parado. Como sempre estive desde que o mundo é mundo.
     Neste domingo, dia 03 de outubro, estava deitado no sofá quando me dei conta de que era dia de eleição. Durante todo o dia, uma garoa mansa insistiu em cair. Como eu não tenho guarda-chuvas, e ando meio resfriado, preferi ficar em casa. Aliás, permitam-me umas aspas aqui: “Cuidar da saúde é muito importante!”. Mas voltando ao assunto, era dia de eleição. Passei a tarde acompanhando os boletins, e toda a noite acompanhando as apurações. Fiz até minhas apostas. E sou obrigado a confessar que achei que não teria segundo turno para presidente. Seria muito mais fácil deixar como está. Já que político é tudo a mesma coisa, não faz sentido trocar um pelo outro.
     Reclamei muito dos outros cidadãos, que exageraram ao invocar um segundo turno desnecessário. Povo burro! Se eles investissem toda essa energia trabalhando, aí sim esse país melhorava! Eu já faço a minha parte. Acordo todos os dias às seis da manhã e vou para o escritório. Só volto para casa à noite. E do fim de semana, só me resta o domingo. Será que eu vou ter que largar as minhas coisas pra tomar uma atitude? Não, tudo tem limite. Por favor, alguém faça alguma coisa.

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